Qual seria o motivo de 3 delegados Federais Americanos estarem escoltando uma criança de 6 anos? Esta é uma das fotos mais emblemáticas do Século XX e foi tirada em 14 de novembro de 1960, entenda a história por trás dela.
A Face desumana do Racismo nos EUA
Ruby Bridges nasceu em Tylertown, Mississippi. Seus pais se chamavam Abon e Lucille Bridges. Quando ela tinha quatro anos, a família mudou-se para Nova Orleans, Louisiana. Em 1960, seus pais responderam a um pedido da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP) e ofereceu-a para participar na integração do sistema escolar de Nova Orleans, mesmo que seu pai estivesse hesitante. (wikipedia)
Na primavera de 1960, Ruby Bridges foi uma das seis crianças negras em Nova Orleans a passar no teste que determinaria se elas poderiam ir para uma escola toda branca. Dois dos seis decidiram ficar em sua antiga escola, três foram transferidos para McDonogh, e Bridges foi para uma escola por si mesma.
Ruby foi a única a ingressar na William Frantz. Seu pai estava inicialmente relutante, mas sua mãe sentia que era necessária a mudança não só para dar sua própria filha uma educação melhor, mas para “dar este passo a frente… para todas as crianças afro-americanas.” Sua mãe finalmente convenceu o pai a deixá-la ir para a escola.
O Presidente dos EUA era o então Comandante Supremo dos Aliados na Segunda Guerra Mundial, Dwight D. Eisenhower, e ele supervisionou pessoalmente a segurança de Ruby Bridges enviando quatro delegados Federais armados para fazerem cumprir as determinações do Governo e cuidarem da segurança da criança.
No primeiro dia de aula (foto acima), havia cerca de 1000 pessoas em frente a Escola, proferindo ofensas, atirando coisas e ameaçando a criança de Morte, algumas mulheres ameaçaram envenená-la o que fez o Presidente Americano determinar que ela levasse a merenda de Casa
Nenhum aluno ou professor entrou na escola, pois se recusavam a dividir espaço ou ensinar uma criança Negra, entretanto, uma Professora de Boston, Massachusetts, Barbara Henry concordou em ensinar Ruby Bridges e o fez sozinha durante um ano inteiro como se estivesse dando aula a uma classe inteira.
Um estudante branco quebrou o boicote e entrou na escola quando um ministro metodista de 34 anos, Lloyd Anderson Foreman, levou sua filha no meio da multidão revoltada, dizendo: “Eu simplesmente quero o privilégio de levar a minha filha para a escola…. “Poucos dias depois, outros pais brancos começaram a trazer seus filhos, e os protestos começaram a diminuir.
O Delegado Federal Charles Burks, lembrou mais tarde: ′′Ela mostrou muita coragem, nunca reclamou. Ela não chorou. Ela só marchava como um pequeno soldado, e todos nós estávamos muito orgulhosos dela…”
Retaliações a Família
A família de Bridges sofreu perseguições por sua decisão de mandá-la para William Frantz. Seu pai perdeu o emprego, a mercearia onde a família comprava não deixaram mais eles entrarem lá, e seus avós, que eram meeiros no Mississipi, foram tirados de sua terra. Ela observou que muitos outros na comunidade, tanto brancos como negros, mostravam apoio de várias maneiras. Algumas famílias brancas continuaram a mandar seus filhos para Frantz apesar dos protestos, um vizinho arrumou um novo emprego para seu pai, e as pessoas locais vigiavam sua casa, e andavam atrás do carro dos policiais federais durante suas viagens para a escola.
Vida Adulta
Em 15 de julho de 2011, Bridges encontrou-se com o presidente Barack Obama na Casa Branca, e, durante a exibição do quadro de Norman Rockwell, ele lhe disse: “Eu acho que é justo dizer que, se não fosse por vocês, eu poderia não estar aqui e nós não estaríamos olhando para isso juntos.”
Em 2014, uma estátua de Bridges foi levantada no pátio da Escola Elementar William Frantz.